Desajustes durante apoptose podem originar cancro
2010-09-27
Um recente estudo realizado por investigadores de cinco centros, onde está incluída a Unidade de Biofísica da Universidade do País Basco (CSIC- UPV/EHU), proporciona novas chaves para compreender o processo de ‘suicídio celular’. O estudo foi publicado na revista «Cell».
Diariamente, o nosso corpo elimina, de forma controlada, mais de cem milhões de células defeituosas, mediante um procedimento chamado de ‘suicído celular. É um processo bastante complexo, cujos desajustes podem originar graves doenças, onde se destaca o cancro. Durante as últimas décadas tem sido possível identificar os diferentes componentes celulares da apoptose.
’ ou apoptose
No entanto, falta elucidar importantes questões sobre o funcionamento celular. O estudo avança que três componentes essenciais do processo apoptóptico, as proteínas BAX, DRP-1 e o lípido cardiolipina, actuam em conjunto para produzir um buraco na membrana externa da mitocôndria – o que resulta de forma letal para a célula.
Para os investigadores, o aspecto mais relevante foi o facto de terem conseguido decifrar uma ‘nova linguagem’ utilizada entre a comunicação de BAX e DRP-1: as proteínas não interagem fisicamente entre si, mas sim através de lípidos da membrana.
“Especificamente, uma das proteínas (DRP-1) deforma a bicapa lipídica da membrana e a estrutura resultante é a que aparentemente possibilita a activação da segunda proteína (BAX)”, explicou Gorka Basañez, da Unidade de Biofísica (CSIC-UPV/EHU), e um dos autores do estudo. Estes avanços podem levar ao desenvolvimento de novos fármacos anti-tumorais, especificamente dirigidos contra estes componentes da maquinaria apoptótica celular.
A investigação foi dirigida pelo professor Jean-Claude Martinou, do departamento de Biologia Celular da Universidade de Genebra (Suíça), para além da Unidade de Biofísica CSIC-UPV/EHU, das universidades de Salzburgo (Áustria), Hanover (Alemanha) e Florida (E.U.A.).
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