6 de Junho, 2011
A epidemia da bactéria E.coli tem colocado em alerta a comunidade europeia, e foram várias as explicações e suspeitas para justificar o surto. A última hipótese foram os rebentos de soja, que justificaram, aliás, a realização de testes a uma quinta no norte da Alemanha.
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Mas quais foram as razões que levaram à suspeita centrada nos rebentos de soja? A própria justificação apoia-se em aspectos contraditórios.
As sementes de rebentos de soja são cultivadas normalmente no interior de uma estufa, a uma temperatura de 38 graus centígrados, ideal para o desenvolvimento de bactérias como a estirpe 0104 de E.coli.
Mas a contaminação dos rebentos de soja seria, no mínimo, muito difícil, pois a bactéria encontra-se alojada normalmente na boca de animais, sendo transmitida pelas suas fezes, utilizadas como fertilizantes e adubos naturais para o cultivo dos solos agrícolas.
E aqui situa-se o elemento dúbio quanto à eventual contaminação dos rebentos de soja, pois estes são apenas cultivados com sementes e água, sem qualquer recurso a fertilizantes animais.
Como tal, ao confirmar-se a contaminação dos rebentos com E.coli, tal não iria constituir a descoberta da origem do surto da bactéria, pois esta poderia alojar-se tanto «na superfície das sementes como no seu interior, onde poderia ficar dormente durante meses», realçou Stephen King, da Universidade de Trinity, em Dublin.
«A bactéria pode estar dentro do tubo da semente e também na sua superfície, por isso, lavar não faz qualquer efeito», prosseguiu, ao apontar a «provável causa do surto alemão». As explicações não esclarecem, portanto, como terá sido feita, em primeiro lugar, a eventual contaminação dos rebentos de soja.
Assim, após os pepinos espanhóis e as saladas, as suspeitas centradas nos rebentos de soja parecem não ajudar a dissipar as dúvidas em torno do surto da bactéria E.coli.
SOL
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