domingo, 26 de abril de 2009

GRIPE SUÍNA




PARECE FICÇÃO ... MAS NÃO É !!



Especial gripe A / H1N1

Lavar as mãos ajuda na protecção contra a gripe suína
Partículas com o vírus podem resistir em mesas, telefones e outras áreas. Contacto com ponto infectado pode levar a contracção da doença.
As autoridades sanitárias de todo o mundo estão preocupadas com o surto desta nova gripe, que se suspeita que possa ter sido a causa da morte de 81 pessoas no México – além de mais cerca de mil indivíduos a apresentarem possíveis sintomas da doença.

A gripe suína já infectou, pelo menos, oito pessoas também nos Estados Unidos. Contudo, apesar dos números alarmantes, a Comissão Europeia disse, este domingo, que não foi detectado nenhum caso do vírus AH1N1 na Europa, embora na Espanha se suspeite da existência de sete casos.

Os especialistas médicos alertam que pouco se pode fazer para prevenir uma pandemia da gripe, mas dizem que medidas de senso comum podem ajudar indivíduos a protegerem-se.

A medida número 1 é lavar as mãos, dizem - uma maneira surpreendentemente eficaz para prevenir todos os tipos de doenças, incluindo a gripe comum, e a nova e misteriosa gripe suína.

«Proteja a sua tosse ou o seu espirro, lave suas mãos frequentemente», aconselhou Richard Besser, director dos Centros de Controle de Doenças e Prevenção dos EUA (CDC, na sigla em inglês).

O vírus da gripe pode espalhar-se em tosses e espirros, mas evidências crescentes mostram que pequenas partículas do vírus podem resistir em mesas, telefones e outras áreas e serem transferidas pelos dedos quando levados à boca, nariz ou olhos.

Álcool em gel e sabonetes em espuma são eficazes na destruição de vírus e bactérias.

Qualquer um com os sintomas semelhantes ao da gripe suína – ou de qualquer outra gripe -, como febre repentina, tosse ou dores musculares, deve evitar o trabalho ou o transporte público e deve realizar exames médicos.

«Distanciamento social» é outra táctica, adiantou Besser. Ou seja, ficar longe de outras pessoas que possam estar infectadas, e evitar grandes aglomerações, trabalhar e até repousar em casa se a infecção se espalhar pela comunidade.

Segundo um comunicado emitido pela Direcção Geral de Saúde (DGS), não há qualquer caso conhecido em Portugal.

A DGS recomenda a viajantes que se desloquem para regiões afectadas:
- Lavagem frequente das mãos, com água e sabão, para reduzir a probabilidade de transmissão da infecção.
- Cobrir a boca e nariz quando espirrar ou tossir, usando lenço de papel sempre que possível.
-Utilizar lenços de papel, que devem ser de uso único, depositando-os num saco de plástico que deve ser fechado e colocado no lixo após utilização.
- Limpar superfícies sujeitas a contacto manual (como maçanetas das portas) com um produto de limpeza comum.
- O cumprimento destas indicações é muito importante igualmente em crianças.


Os viajantes que regressem de áreas atingidas ou que tenham tido contacto próximo com qualquer pessoa infectada e que apresentem sintomas de gripe (febre alta de início súbito, tosse, dificuldade respiratória, dores musculares e dores de cabeça) devem permanecer em casa e ligar para a Linha Saúde 24, através do número 808 24 24 24 e seguirem as instruções que lhes forem dadas.

2009-04-27

2 comentários:

  1. GRAVIDADE NA NOVA GRIPE

    A gripe

    Provavelmente só porque é fim de semana é que os meus amigos,
    conhecendo-me como virologista, ainda não me questionaram sobre a
    gripe "suína". Infelizmente, o termo é errado. No caso da gripe
    aviária que apareceu há poucos anos, houve infecção de algumas
    centenas de humanos, mas sem que o vírus pudesse passar desses humanos
    a outros. Agora é diferente.

    De suína, esta gripe só tem a origem. De facto, ela é bem humana. Na
    história da gripe, o aparecimento das grandes epidemias mundiais
    (pandemias) foi quase sempre por adaptação ao homem de vírus suínos da
    gripe. Por isto, as expectativas em relação ao vírus aviário H5N1
    (sigla que identifica os dois principais antigénios do vírus, e que
    definem se temos ou não imunidade contra ele) eram a de, com alguma
    probabilidade, na situação do Extremo Oriente de grande concentração
    conjunta de aves, porcos e humanos, o vírus aviário H5N1 passar para o
    porco e deste para o homem, adquirindo capacidade de transmissão homem
    a homem.

    Afinal, como tantas vezes acontece na emergência de novos vírus, a
    situação foi surpreendentemente diferente. O que aparece é um novo
    vírus humano - insisto, humano, transmissível de homem a homem - com
    origem no porco mas no outro lado do globo, no México. Também não é um
    H5N1 e por isto, como eu e muitos escrevemos na altura, era tolice
    investir em vacinas contra um vírus que ninguém sabia o que viria a
    ser - mas sim um H1N1, desaparecido da história da virologia há quase
    um século. Foi o tipo de vírus que causou a terrível pandemia de 1918,
    a espanhola, que matou mais gente na Europa do que a guerra mundial
    que tinha terminado pouco antes. É certo que tem havido, nos últimos
    invernos, algumas infecções com H1N1, mas não é o tipo hoje mais
    vulgar e nada garante que o novo vírus seja neutralizado por vacinação
    com os últimos H1N1 circulantes.

    Hoje, os dados oficiais mexicanos revelam cerca de 1300 infectados com
    81 mortes, uma taxa de letalidade já considerável. Também já há casos
    nos EUA. O que significa isto? Não quero ser alarmista, mas os meus
    leitores têm o direito ao que de mais objectivo eu, especialista,
    possa dizer.

    Considero uma situação muito preocupante, porque estamos perante
    condições muito diferentes do que eram as tradicionais na emergência
    de novas pandemias de gripe. A sua origem não é em zonas rurais da
    Ásia mas sim numa área metropolitana de 20 milhões de pessoas, em
    estreito contacto favorecedor de transmissão por via respiratória. Em
    segundo lugar, os vírus hoje viajam de avião. Finalmente, como disse
    atrás, trata-se de um tipo de vírus contra o qual há dezenas de anos
    que não há qualquer resistência imune nem há vacinas rapidamente
    disponíveis.

    Que fazer, em Portugal? Para já, a nível individual, nada. A nível das
    autoridades de saúde, vigilância, controlo a nível de medicina das
    viagens, planeamento desde já de condições de hospitalização e
    isolamento de milhares de possíveis doentes (atenção, vai ser a esta
    escala, transformando a FIL em hospital). O que faria agora eu, como
    indivíduo? Obviamente, cancelar qualquer viagem marcada para o México
    ou para o sul dos EUA. Informar-me junto do meu médico sobre todos os
    sinais de alerta, os sintomas da gripe, que muita gente confunde com
    os de uma vulgar constipação. Se começar a haver casos em Portugal,
    usar máscara, deixar de frequentar locais com muita gente, isolar em
    casa, como prisioneiros, os nossos pais septuagenários. E, se a
    religião ajuda, rezar frequentemente.

    Mas também ter em conta que o mesmo progresso e actual modo de vida
    que nos vai trazer o vírus de avião também vai permitir o diagnóstico
    muito precoce da doença, a produção limitada mas razoável de
    medicamentos e de vacinas.

    P. S. - Já imagino o que vai haver por aí de pânico em relação ao
    consumo de carne de porco! Mesmo que a gripe fosse suína, não era pela
    carne que se transmitiria. Mas, como chamei a atenção, "suína" é neste
    caso uma referência enganosa, tem a ver só com a origem. Quem a vai
    ter são os humanos, não os pobres suínos.

    P. S. (21:30) - Últimos dados (não confirmados nos "sites" oficiais):
    cerca de 20 casos nos EUA, detectados já alguns casos no Canadá, no
    Japão e na Nova Zelândia.
    (27.4.2009, 11:30) - Também alguns casos (1 confirmado, 17 suspeitos)
    já aqui ao lado, na Espanha.

    23.4.2009

    Prof. João Vasconcelos Costa
    Doutor e agregado em Medicina (Microbiologia),
    http://jvcosta.planetaclix.pt/moleskine.html#10

    Achei este artigo muito interessante e esclarecedor ;)

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  2. Obrigado pelo artigo, Mafalda. Este microbiólogo levanta sérias questões e alguns alertas. Se é um «virus suíno» ou um «virus humano», já não sei, mas, segundo a notícia que coloquei na barra lateral, já se constatou um caso de transmissão do homem para o porco...!!!!

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