terça-feira, 28 de abril de 2009

Micropropagação de plantas - Visita de estudo

"Plantas e algas divertidas" apesar de ter sido uma das actividades menos apreciada por alguns dos alunos ...(!!!), incluindo a MICROPROPAGAÇÃO DE PLANTAS, espero que, agora depois da aula, lhe possam atribuir a importância devida!

Aqui fica um dos vídeos de registo.




Um pouco de história da ciência -
Clonagem de plantas "in vitro"

A ideia de cultivar células isoladas de plantas surgiu no início do século XX com Gottlieb Haberlandt, um ilustre botânico alemão; como uma estratégia capaz de materializar os conceitos incluidos na teoria celular proposta por Shwann e Shleider por volta 1839. Esta teoria afirma que a célula (vegetal e animal) é a unidade básica dos seres vivos, autónoma, a partir da qual é possível originar-se um organismo completo, uma vez que a célula adulta de um organismo pluricelular (célula somática) mantém o seu material genético em condições de originar um individuo idêntico ao que lhe deu origem.
A dificuldade era descobrir como transformar uma célula especializada (diferenciada), programada para a realização de funções específicas, numa célula no estádio embrionário. Uma tarefa ambiciosa para a época de Haberlandt que continua desafiadora e mal compreendida para a ciência de hoje, quase à beira da entrada no terceiro milénio.

Em 1958 F. C. Steward e colaboradores obtiveram embriões de plantas a partir de células diferenciadas (embriogénese somática), através do cultivo de células isoladas de raiz de cenoura.
Antes da obtenção de embriões somáticos de cenoura, já tinham conseguido a formação in vitro de estruturas complexas, como gemas vegetativas, raízes e plantas inteiras utilizando fragmentos (explantes) de tecidos isolados de caules, folhas e raízes.

Todavia, um avanço fantástico nos estudos da cultura de células, embriões e orgãos de plantas deu-se com a descoberta de uma hormona vegetal, a citocinina . Esta descoberta feita por Folke Skoog deu-se devido ao emprego da própria técnica da cultura de células vegetais.

Concluindo-se que o processo de formação de orgãos nas plantas dependia, na realidade, da razão entre as quantidades relativas de citocinina e de uma auxina (hormona vegetal), e não da presença de substâncias organogénicas específicas (calinas, rizocalinas), conforme se afirmava até aí.

Com a compreensão dos complexos mecanismos controladores do desenvolvimento das plantas como um todo, surge a chamada biotecnologia celular.
... Assim, várias têm sido as aplicações das técnicas da biotecnologia celular de plantas, tais como clonagem seguida pela cultura de células, tecidos e orgãos para fins práticos.

O termo clonagem, hoje tão utilizado no quotidiano das pessoas, significa a formação de indivíduos geneticamente idênticos a partir de células ou fragmentos de uma determinada matriz. Clone deriva etimologicamente do grego klón, que quer dizer "broto" e pressupõe a existência de um indivíduo gerador e a ocorrência de reprodução assexuada.

A técnica da clonagem in vitro de plantas, também conhecida de micropropagação, devido ao reduzido tamanho das porções de tecidos utilizadas, tem-se mostrado de enorme importância prática nas áreas agrícolas, hortículas, bem como na pesquisa em geral.

Culturas celulares

Comparativamente às células animais, as células de plantas superiores (plantas com flores) podem ser consideradas como menos diferenciadas, tendo sido esta característica interpretada como uma importante estratégia de sobrevivência para organismos imóveis. No entanto isto não significa que se possa regenerar uma planta inteira a partir de qualquer tecido, já que os potenciais de regeneração dependem do tipo de planta, orgão utilizado e do estádio de desenvolvimento deste. Orgãos jovens são mais suscetíveis à clonagem do que quando adultos, o que significa que, à medida que a especialização progride durante o desenvolvimento do orgão ou da planta, a desprogramação génica torna-se mais dificil.


Assim verifica-se que as culturas podem ser estabelecidas a partir de fragmentos de tecidos diferenciados (folhas, caules, etc...) e de tecidos meristemáticos, constituídos por células em processo de divisão e localizados , geralmente, nos ápices caulinares e radiculares em crescimento. O baixo grau de diferenciação das células, associado à maior estabilidade genética, faz dos ápices meristemáticos uma das principais fontes de explantes.


Após a necessária desisfestação das superfícies externas dos explantes estes são transferidos para os meios de cultura, uma mistura equilibrada de macro e micronutrientes (sais minerais), aminoácidos, vitaminas etc...e obviamente auxinas e citocininas em proporções adequadas às finalidades desejadas. A geleificação do meio para a sustentação das culturas é obtida através da adição do agar. Assim gemas vegetativas e mesmo florais, raízes e embriões somáticos poderão formar-se directa e indirectamente (calos) do explante. Quando as quantidades de auxinas são superiores às de citocininas há a formação de embriões e primórdios de raízes , o contrário leva à indução de gemas, estas serão transferidas para meios indutores de raízes obtendo-se assim uma planta inteira e em condições de ser transferida para a casa de vegetação. Todos os procedimentos necessários ao manusiamento das culturas são realizados sob condições assépticas, fornecidas por equipamentos especiais.

Continuar aqui ... http://www.prof2000.pt/users/amota/in_vitro.htm

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