quarta-feira, 30 de maio de 2012

Investigação portuguesa determina contaminação por dioxinas no estuário do Mondego

Primeiro estudo a nível mundial revela que existe bioacumulação de dioxinas no meio marinho
2011-11-02
Por Luísa Marinho
Estuário do Mondego
Estuário do Mondego
Num estudo pioneiro, um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra, conseguiu determinar valores de referência da contaminação por dioxinas na cadeia alimentar dos estuários.
Em conversa com o «Ciência Hoje», Miguel Pardal, do Centro de Ecologia Funcional daquela universidade, explicou que a mais-valia deste estudo, realizado no estuário do Mondego, foi perceber que existe “uma bioacumulação de dioxinas* no meio marinho”. Ou seja, as dioxinas vão acumulando-se ao longo da cadeia alimentar. Os peixes, no topo da cadeia, são os que possuem mais destes compostos, nomeadamente, o robalo, o linguado e a solha.
*As dioxinas são compostos extremamente perigosos e que se podem formar durante o processo da co-incineração.
Existem 75 dioxinas diferentes e 135 compostos semelhantes designados por furanos.
Formam-se na maioria dos casos por acção do calor, apresentando na sua constituição átomos de carbono (C), oxigénio (O), hidrogénio (H) e cloro (Cl). São portanto compostos orgânicos. O número de átomos, particularmente átomos de cloro, varia consoante a dioxina.
Estes compostos surgem como produtos de uma combustão incompleta ou durante o processo de branqueamento de pasta de papel. São extremamente perigosos uma vez que são cancerígenos, podendo surgir durante o processo de incineração; um estudo efectuado nos EUA revelou que desde 1989 mais de metade das dioxinas emitidas por aquele país para o ambinte resultam da acção dos incineradores, quer hospitalares, quer caseiros e da queima de florestas.
Fonte: Forum Ambiente, nº 59, pág. 40.

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