quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Prémio Nobel da Medicina 2008

Nobel da Medicina 2008
Três europeus distinguidos pela descoberta dos vírus VIH e HPV
O Prémio Nobel da Medicina 2008 foi atribuído ao alemão Harald zur Hause e aos franceses Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier por diferentes investigações sobre vírus responsáveis por graves doenças em seres humanos.

Os franceses Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier descobriram o vírus responsável pela Sida, o VIH - Vírus da Imunodeficiência Humana.

"Uma descoberta essencial para a compreensão da biologia desta doença e para o tratamento com anti-retrovirais", indica o comité Nobel em comunicado.

O cientista alemão Harald zur Hausen foi distinguido por ter descoberto que o cancro do colo do útero é provocado pelo HPV - Vírus do Papiloma Humano. O cancro do colo do útero é o segundo tipo de cancro mais comum nas mulheres.Os três laureados vão agora partilhar um prémio no valor de 10 milhões de coroas suecas, o equivalente a 1,02 milhões de euros.

Este prémio e uma medalha de ouro serão entregue a 10 de Dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel em 1896.

O inventor da dinamite determinou que os prémios abrangessem as categorias de Medicina, Física, Química, Literatura e Paz, a atribuir nos próximos dias. O Prémio da Economia foi criado pelo banco central sueco em 1964.


A descoberta do vírus da Sida

Françoise Barré-Sinoussi, nascida em 1947 e professora de virologia no Instituto Pasteur, e Luc Montagnier, nascido em 1932 e professor de virologia na Universidade de Paris, conseguiram, no princípio dos anos 80, isolar o VIH a partir do estudo de células de um nódulo linfático de um paciente seropositivo com nódulos inchados, um dos primeiros sintomas da imunodeficiência característica da doença.

"Detectaram actividade da enzima retroviral transcriptase reversa, sinal directo da replicação retroviral, e descobriram partículas retrovirais a surgir nas células infectadas", lê-se na citação do júri.

Depois disso, "observaram que os vírus isolados infectavam e matavam linfócitos tanto de dadores doentes como saudáveis, e reagiam com anticorpos de pacientes infectados".

"A importância dos seus trabalhos deve ser considerada no contexto da epidemia omnipresente no mundo e que afecta quase 1% da população", segundo a citação.

"O êxito da terapia retroviral permitiu aumentar a esperança de vida das pessoas infectadas com o VIH, esperança hoje semelhante à das pessoas saudáveis", refere.

A 20 de Maio de 1983, num artigo publicado na revista Science, uma equipa de médicos e investigadores do Instituto Pasteur, dirigida por Montagnier, descrevia um novo vírus, diferente dos conhecidos até então e suspeito de ser o responsável pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Sida) Ler aqui

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