2010-11-08
CienciaHoje
Investigadores britânicos estão a desenvolver uma nova técnica de fertilização in vitro, ainda em fase de testes, que poderá triplicar as hipóteses de uma mulher conseguir engravidar após inseminação artificial, diminuindo também “drasticamente” o número de abortos espontâneos no início da gestação.
Técnica promete revolucionar a fertilização in vitro |
Actualmente, aos 40 anos, uma mulher têm dez por cento de probabilidade de engravidar a cada ciclo de fertilização in vitro. Através desta técnica em desenvolvimento, as hipóteses ascenderiam aos 30 por cento, enquanto em mulheres de 30 anos passariam de 30 a 40 por cento para entre 70 e 80 por cento.
Esta técnica permite aos médicos testarem o embrião por alterações nos cromossomas, responsáveis por 70 por cento dos abortos espontâneos nos primeiros três meses de gestação. Assim, o embrião mais “saudável” é escolhido antes da implantação, diminuindo os riscos de complicações.
Até ao momento, o novo procedimento foi testado em três mulheres entre os 35 e os 40 anos, que deverão dar à luz no final de Dezembro.
Simon Fishel, coordenador do projecto, acredita que esta técnica representa “um incrível avanço que, em breve, fará uma grande diferença na vida de milhares de mulheres”.
No processo de fertilização in vitro, o embrião chega a um estado em que é denominado por blastocisto, no quinto dia de existência, em que costuma ser implantado no útero. Nesta fase, o embrião é constituído por duas partes. Uma delas é formada pelas células que vão dar origem ao bebé e a outra são as células que se vão tornar em placenta. Agora, com a nova técnica, é possível fazer uma “pequena biopsia” das células da placenta sem se afectar as do feto.
Nesta análise, diz Fishel, é possível ver todos os cromossomas antes da transferência do embrião para o útero, pelo que o seu implante torna-se menos arriscado e mais eficiente. “Acredito que haverá uma revolução na fertilização in vitro nos próximos 12 meses”, conclui o médico.
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