domingo, 18 de setembro de 2011

Gero Hütter: o médico que enganou o vírus VIH/SIDA


Especialista alemão foi o primeiro do mundo a curar um portador da doença

CienciaHoje
2011-09-16
Por Marlene Moura (texto)

É possível imitar, em laboratório, uma mutação genética que bloqueia a proteína CCR5, responsável pela entrada do vírus VIH/SIDA nas células de defesa do organismo”, segundo afirmou ao «Ciência Hoje» (CH) o hematologista alemão Gero Hütter, do Hospital Universitário Charité de Berlim (Alemanha), presente hoje na VI edição do Young European Scientist (YES) Meeting, a decorrer no Porto até ao próximo domingo.
Hütter foi o primeiro médico a conseguir “curar” um doente – o executivo norte-americano Timothy Ray Brown – de VIH e leucemia, através de um transplante de medula. Brown é provavelmente o primeiro paciente no mundo a ficar aparentemente livre do vírus da SIDA, através de uma terapia médica. No entanto, o oncologista alemão prefere dizer que “não tem quaisquer sinais da doença desde há quatro anos e meio”, em vez de referir-se ao executivo transplantado como “curado”.

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Mesmo se a investigação científica aponta a terapia genética como a grande solução para tratar o VIH, o especialista assinala que carece de mais investigação, já que pelo menos “32 por cento dos doentes não resistem ao transplante de medula” e, precisamente por ser um procedimento de risco “é aplicado em pessoas que também sofrem de leucemia” – uma doença que se apresenta terminal.

Protecção natural contra VIH

Todo este procedimento abriu novas portas, já que “manipular a replicação do vírus é possível” e promete novas aplicações terapêuticas, “reproduzindo a proteína CCR5 em laboratório” e proceder à terapia genética, mas “ainda não sabemos que riscos podem daí advir e, por isso, precisamos de mais investigação”.
Hütter salienta também que “algumas pessoas têm uma protecção natural contra o vírus do VIH” [documentada por investigadores canadianos em prostitutas africanas que estiveram directamente em contacto com portadores], verificando-se nelas "uma baixa produção de CCR5"; porém, “poderão mesmo assim ser portadores”, ressalva.
(leia a notícia completa aqui)

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