quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"Põe-te a milhas das pastilhas"


Foi hoje, na Zarco, a palestra  “As drogas e o cérebro: Põe-te a milhas das pastilhas” sobre "os efeitos tóxicos do ecstasy em adolescentes" com a Dra Teresa Summavielle.  




Para quem não pode estar presente fica aqui um artigo publicado pelo
CienciaHoje em 2007-09-19.


Cientistas do Porto que provaram que ecstasy faz mal aos neurónios vão explicar processo nas escolas

"Os cientistas do Porto que provaram que consumir ecstasy leva à degradação progressiva dos neurónios estão a desenvolver nas escolas uma campanha de alerta sobre os efeitos prejudiciais das drogas com o nome "Põe-te a Milhas das Pastilhas".


Teresa Summavielle, do Instituto Biomolecular e Celular da Universidade do Porto (IBMC), uma das autoras do estudo hoje publicado no Journal of Neuroscience, explicou à Agência Lusa que o trabalho pretendeu verificar os efeitos tóxicos do ecstasy em adolescentes, "porque são eles os principais consumidores desta droga".

Os investigadores usaram na sua experiência ratos 'adolescentes', porque os jovens são a maioria dos consumidores de ecstasy e têm um sistema cerebral e hormonal particularmente vulnerável, que ainda não está plenamente maturo.
A equipa, que inclui ainda Ema Alves, também do IBMC, e Félix Carvalho, do Serviço de Toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, descobriu que o excesso de serotonina - um neurotransmissor conhecido por 'hormona da felicidade' - libertada pelo consumo de ecstasy, não tem apenas efeito no exterior das células, nas sinapses, como estava descrito até agora.

"A serotonina que está acumulada no interior da célula por efeito do consumo de ecstasy não pode ficar lá e vai ter de ser retirada", explicou Teresa Summavielle, acrescentando que, "ao ser retirada, vai ser transformada por uma enzima, a MAO-B (monoamina oxidase), que está no interior da mitocondria".

A MAO-B transforma a serotonina em peróxido de hidrogénio, vulgarmente conhecido por água oxigenada, um elemento que também é tóxico e faz normalmente parte do processo normal de envelhecimento da célula, "mas que neste caso aumenta e acelera este processo".

"O que acontece é que toda essa água oxigenada que se forma vai entrar dentro da mitocondria, onde começa a destruir uma estrutura que é responsável pela produção de energia na célula e vai limitar a capacidade da célula de produzir energia", declarou.

Mais consumo, maior problema

"Quanto maior for o consumo da droga, mais este problema se fará sentir e maior será a possibilidade de a célula morrer", defende a cientista, realçando que durante a investigação apenas foi dado ecstasy a ratos durante um dia. "Quinze dias depois os danos continuavam presentes numa quantidade muito significativa, portanto não é uma coisa que acontece naquele momento e depois desaparece. É um efeito a longo prazo", destaca.

Depois da avaliação dos danos da droga ao nível de energia molecular, agora publicados, a equipa de cientistas está também a investigar quais as alterações que a droga provoca no comportamento dos indivíduos.
No entanto, e dadas as conclusões da investigação, os autores iniciaram uma campanha de intervenção em escolas do grande Porto intitulada "Põe-te a Milhas das Pastilhas", que já chegou a dois mil alunos do nono ano de escolaridade.

Investigadores vão às escolas
Os investigadores vão a escolas com as quais celebraram protocolos falar sobre a investigação que desenvolvem e as conclusões a que a ciência tem chegado nos últimos anos sobre os efeitos do consumo de drogas, em particular do ecstasy.

"Escolhemos crianças do 9º ano porque é o limite da escolaridade obrigatória e chegamos a crianças que se calhar no 10º ano já deixaram a escola. Ora, são precisamente os que deixam a escolaridade que estatisticamente têm mais possibilidade de consumir drogas", afirma a investigadora, realçando que a campanha pretende que a evidência científica contribua para prevenir o consumo de drogas.

A campanha "Põe-te a Milhas das Pastilhas" terá, no início de 2008, um 'website' feito em colaboração com a Escola Superior de Jornalismo do Porto, que terá informações para alunos, pais e professores, com um espaço para crianças mais pequenas, com jogos e outras abordagens didácticas do tema.

"Os professores podem descarregar toda a informação e usá-la nas aulas e os pais têm um espaço para porem dúvidas e procurarem ajuda", revelou Teresa Summavielle. "


visite o seguinte site:  http://e-drogas.blogspot.com/search/label/c%C3%A9rebro/
onde encontrei esta
"Aula divertida de Neuroanatomia

Porque para perceber os efeitos das drogas no cérebro é preciso conhecer bem a constituição do cérebro humano, aqui fica uma divertida aula de neuroanatomia com o Pinky e o Brain."

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