quinta-feira, 28 de julho de 2011

EXAME de BiOLOGIA e GEOLOGIA - 2ª fase 2011

Parecer sobre a Prova de Exame Nacional do Ensino Secundário Prova Escrita de Biologia e Geologia (702) - 2ª Fase 2011


"Globalmente, a prova pareceu-nos equilibrada, balizada pelos programas homologados da disciplina, assim como bem articulada com a informação-exame divulgada pelo GAVE, apresentando um tamanho adequado à duração proposta.
Registamos um correto equilíbrio entre as componentes de Biologia e Geologia, uma avaliação de competências nos domínios concetual e procedimental, denotando, todavia, algum pendor na avaliação de competências adstritas ao 11º ano.
À semelhança do exame da 1ªfase de 2011, a prova reúne conjuntos de itens com graus de dificuldade claramente diferenciados. Este fato, permite uma maior fiabilidade do exame enquanto elemento certificador das aprendizagens realizadas, possibilitando que, examinandos que reunam as competências básicas da disciplina alcancem classificação positiva. No entanto, entendemos maior dificuldade na prova da 2ª fase.
Entendemos que os critérios gerais e específicos de classificação, salvo situações pontuais, são coerentes cientificamente e globalmente adequados ao âmbito da questão.
É composta por quatro grupos, partindo de estudos de caso (apresentados em fontes documentais com suportes diversificados) com relevância científica e atual.
Numa análise mais fina, alguns itens pontuais suscitam a nossa reflexão/comentário:
Grupo I, figura 1 - a imagem carece de escala, o que dificulta a compreensão dos processos e estruturas geológicas representadas.
Grupo I, item 1 - Apesar de correto, a resolução do item de seleção exigia o conhecimento do termo aluminossilicatos. Ora, este não constando dos programas vigentes nem da bibliografia disponível para este nível de ensino, não deveria ser utilizado.
Grupo II, item 8 – A construção do item inclui conceitos e terminologia não contemplados explicita e objectivamente nos programas. Refira-se que o próprio programa da componente de Geologia do 11º ano, adverte, no início do ponto 2.1, como sendo de (evitar) descrições exaustivas e pormenorizadas de cada uma das principais etapas de formação das rochas sedimentares, situação em que se integra a matéria que sustenta a construção deste item.
Grupo III, item 5 - Os critérios específicos de classificação propõem como resposta correcta a opção “convergência entre limite litosféricos oceânicos”. Todavia, consideramos que a solução apresentada não é consensual nem única, dado que:

(a) o texto de apoio que introduz o grupo, explicita corretamente “Originariamente o Japão era um bordo continental da Ásia ...” indicando que o substrato geológico do arquipélago é de natureza continental e estabelece um limite convergente com as placas oceânicas limítrofes.

(b) consultada a bibliografia da especialidade e auscultada a comunidade académica, entendemos que o contexto geotectónico do arco insular japonês reveste-se de uma enorme complexidade, sendo mais plausível admitir até que se trata de uma “convergência entre limites litosféricos continentais e oceânicos” (opção C - versão 1);

(c) existem manuais de apoio à disciplina adotados por diversas escolas, que apresentam o caso japonês como exemplo de limite convergente oceano/continente.

Dada a controvérsia apresentada, consideramos que as opções “convergência entre limites litosféricos continentais e oceânicos” e “convergência entre limites litosférico oceânicos”, respectivamente opções C e D da versão 1, são corretas.

A Direção Nacional da APPBG

domingo, 24 de julho de 2011

Fungos dão resistência ao arroz .

A crescente preocupação com as mudanças climáticas que vêm ocorrendo em todas as regiões do planeta tem levado pesquisadores a procurar soluções que possam amenizar a ação, na maioria das vezes prejudicial, dos fatores ambientais sobre a produção agrícola. A temperatura e a quantidade de água disponível são os elementos abióticos que mais preocupam os agricultores e cientistas.
Como o homem não tem capacidade de controlar esses fenomenos naturais, ele é obrigado a desenvolver técnicas que possam tornar os vegetais mais resistentes às adversidades. Muitas delas advêm da observação de processos biológicos que ocorrem normalmente na natureza, e foi assim que cientistas da United States Geological Survey, EUA, realizaram experimentos para testar o comportamento de plantas de arroz, em condições adversas de temperatura, quantidade de água disponível e salinidade, quando inoculadas com duas espécies de fungos.
O artigo com as informações sobre a pesquisa foi publicado na edição do dia cinco de julho da revista PLoS ONE.

Esta pesquisa teve como objetivo desenvolver variedades de plantas de arroz que sejam resistentes a intempéries, atendendo a necessidade das áreas que sofrem diretamente com as conseqüências das alterações climáticas, como enchentes, secas, chuvas excessivas, variações bruscas de temperaturas entre outras. Repetidos casos de inundações em países costeiros do oriente, produtores de arroz, têm levado os agricultores a grandes prejuízos pelo aumento da salinidade do solo e à baixa disponibilidade de água e em conseqüência disso, a escassez do produto.
Ao estudar plantas habitantes de regiões costeiras (solos com alta salinidade) e geotermais (com temperaturas altas) como a Lotus mollis e a Dichanthelium lanuginosum, respectivamente, os cientistas descobriram que o que as tornam resistentes a esses fatores abióticos não são propriamente uma característica genética, mas sim uma interação com as espécies de fungos endófitos conhecidas como Fusarium culmorum e Curvularia protuberata. Esse processo é conhecido como Simbiose Adaptada ao Habitat.
Os fungos foram inoculados em sementes de arroz, as quais originaram vegetais que foram testados em diferentes condições climáticas no intuito de observar o seu desenvolvimento. Os resultados dos experimentos foram positivos, pois as plantas de arroz adquiriram maior tolerância ao sal, a baixas temperaturas e à seca, mesmo não sendo essas variedades originalmente adaptadas a estes fatores de estresse.
O objetivo da equipe agora é desenvolver plantas de arroz resistentes ao calor.
Um dado interessante é que a interação desses fungos com a planta não confere nenhuma modificação genética nos vegetais hospedeiros, dessa forma os pesquisadores só precisam copiar esse processo natural no laboratório.
Essas descobertas podem significar grandes beneficios para a agricultura em todo o mundo, possibilitando o cultivo de diversas espécies de alimentos, mesmo que em condições climáticas adversas. Assim como em outros países que sofrem com diferentes tipos de intempéries, o Brasil com suas constantes secas em alguns estados do norte e nordeste e enchentes em outros, pode ser beneficiado de maneira bastante expressiva. Talvez a maior vantagem desse processo seja o fato de ser desnecessária a alteração genética das plantas, que pode significar um menor custo e maior acessibilidade pelo produtor.

19/07/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Portugal é dos países com maiores avanços em Biotecnologia

Ranking elaborado pela "Scientific American"

CienciaHoje
2011-07-18

Portugal, Espanha, República Checa e Brasil são dos países que registaram maiores avanços na área da biotecnologia, de acordo com um ranking elaborado pela "Scientific American".
O documento apresentado na convenção BIO International, que decorreu em Washington, nos EUA, “reflecte a força, o potencial e os desafios que cada país precisa de superar para melhorar a sua capacidade de inovar na área da biotecnologia”.
"É fascinante ver países que vivem em climas desfavoráveis [em termos de capacidade de inovação], mostrarem um crescimento consistente no nosso índice", afirmou Jeremy Abbate, editor chefe da "Scientific American", ao falar sobre o facto de entre os países com os rankings mais elevados estarem nações como Portugal e Espanha, que actualmente enfrentam fortes desafios económicos e financeiros.
"Alguns dos progressos mais notáveis registam-se em Portugal e Espanha. Estes países têm evoluído consistentemente na sua pontuação geral desde que começamos a elaborar este ranking em 2009", acrescentou.
"No caso de Portugal, a educação e a mão-de-obra [especializada] aumentaram quase 40 por cento desde 2009", sublinhou ainda Jeremy Abbate.