segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Reler o MAR


Participa...

arquivo pessoal _mclameiras


AS MINHAS ILUSÕES


Hora sagrada dum entardecer
De Outono, à beira mar, cor de safira,
Soa no ar uma invisível lira...
O sol é um doente a enlanguescer...

A vaga estende os braços a suster,
Numa dor de revolta cheia de ira,
A doirada cabeça que delira
Num último suspiro, a estremecer!

O sol morreu... e veste luto o mar...
E eu vejo a urna de oiro, a balouçar,
À flor das ondas, num lençol de espuma.

As minhas ilusões, doce tesoiro,
Também as vi levar em urnas de oiro,
No mar da Vida, assim...uma por uma...

Florbela Espanca

Sem comentários:

Enviar um comentário