quarta-feira, 13 de março de 2013

Mecanismos que regulam a coesão entre os dois cromatídeos irmãos durante a divisão celular


Investigadora portuguesa contribui para a identificação de “porta de saída” para o DNA
O trabalho ajuda a compreender certas doenças genéticas, cancro e infertilidade

CienciaHoje
2013-03-11

Por Sara Pelicano

"O objectivo do estudo, publicado no jornal EMBO de Janeiro, foi identificar os processos que permitem que uma estrutura essencial à divisão celular, chamada complexo coesina, se ligue e se liberte do DNA.


“Os conhecimentos adquiridos poderão servir para perceber melhor quais os mecanismos que levam à perda precoce da coesão entre as duas cópias de DNA idênticas (cromatídeos irmãos), o que pode originar erros graves durante a divisão celular”, explica Raquel Oliveira, uma das investigadoras deste estudo, realizado no âmbito do seu pós-doutoramento no laboratório do Professor Kim Nasmyth, no departamento de Bioquímica da Universidade de Oxford.

As células ao longo da sua vida dividem-se. Quando esta divisão acontece “entram em acção mecanismos que asseguram que a mesma informação genética passa para as duas células-filhas”.

Para que a passagem de informação aconteça no momento e da forma correctas “os dois cromatídeos irmãos mantêm-se unidos por um conjunto de três proteínas que formam uma estrutura em forma de anel, denominada coesina. Um grande número destes anéis envolve as duas moléculas de DNA idênticas mantendo-as assim aprisionadas até que ocorra a divisão celular seguinte”, adianta a investigadora, actualmente investigadora do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC)."
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"Quando dois cromatídeos irmãos são separados antes do tempo devido a falhas na coesão “eles vão ser posteriormente separados de forma aleatória, originando células filhas com um número errado de cromossomas”.

Há assim condições para o nascimento de células com “anomalias no número de cromossomas” que estão associadas a várias doenças humanas como certas doenças genéticas, cancro e infertilidade."

“Pensa-se que uma das causas da diminuição da fertilidade feminina a partir dos 35 anos de idade, assim como o aumento da probabilidade de anomalias genéticas como o Síndrome de Down (trissomia 21), poderá estar relacionado com uma chamada ‘fadiga na coesão’ entre as moléculas de DNA, uma vez que nos ovócitos (óvulos imaturos) a coesão entre os cromatídeos irmãos tem que ser mantida durante várias décadas”, afirma a entrevistada.
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Existem doenças genéticas conhecidas como patologias da coesina como, por exemplo, a denominada Cornelia de Lange, patologias genéticas raras que fazem com que crianças nasçam com problemas de desenvolvimento físico e mental. “Estas doenças estão associadas a mutações na maquinaria da coesina ou na maquinaria que a ativa, mas não afetam a função original da coesina, e sim outras funções que não havíamos identificado. Esta que descobrimos agora pode ser uma delas”, declara o especialista. http://www.dicyt.com/noticia/apresentada-em-salamanca-uma-importante-descoberta-sobre-o-genoma-humano





 

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