sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A bactéria "verde", boa e vilã

CienciaHoje
2011-01-11
Na conferência internacional anual de Microbiologia, os académicos da Universidade de Nottingham (Reino Unido) trarão como tema central uma família de bactérias que provoca uma doença potencialmente fatal em humanos. Não se discutirá apenas a sua vertente nociva, mas também os benefícios que pode trazer à economia.

Clostridium difficile
 Nigel Minton, um dos especialistas mundiais na Clostridium difficile, irá apresentar as potencialidades da bactéria à Sociedade para Microbiologia Aplicada (Society for Applied Microbiology), tendo em conta que existem alguns pontos que lhe deram mau nome.
A infecção pela bactéria C.difficile é a causa mais significativa de diarreia nos hospitais e é sete vezes mais letal que a MRSA. Existe no intestino de três por cento dos adultos saudáveis e 66 por cento das crianças.


Geralmente, consegue manter o equilíbrio, mas pode ser alterado por certos antibióticos, levando a C.difficile a multiplicar-se rapidamente e poder produzir toxinas que causam doença e morte. A doença é espalhada pelos poros, muitas vezes devido a falta de higiene. A emergência de clones altamente virulentos pode significar o aumento de casos de fatalidades. Há poucos anos, a preocupação pública foi crescente devido à possibilidade de bioterroristas usarem este patogénico que provoca a rara, mas séria doença paralítica – o botulismo.

Contudo, Minton explica que é importante perceber a biologia básica desta bactéria para permitir aos investigadores prevenir e tratar doenças causadas por ela, mas ainda para poder compreender os benefícios que também lhe estão associados. Por exemplo, o uso de fermentação conseguida à base de C.difficile é de grande interesse para a produção de biocombustível, sendo esta uma forma sustentável de produção energética e um método eficiente para etanol e butano renováveis.

Ressalve-se ainda uma recente descoberta que demonstrou que alguns esporos de Clostridia que têm uma capacidade rara e selectiva de germinar em tumores, indica que as bactérias podem igualmente ter um papel preponderante no tratamento do cancro.

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